terça-feira, 4 de dezembro de 2007

Poema a Angola

Da primeira vez que estive em Angola,
está a fazer agora 1 ano, e depois de a ter deixado pouco antes da independência em 1975,
fiz um poema a esta terra
que marcou a minha adolescência,
que aqui deixo agora no meu Blog:








Angola desfeita


É paradoxo sem igual

e difícil de acreditar

ver Angola a derrocar

neste mundo desigual.


Do País que um dia foi,

pouco ou nada sobra agora

e por isso ao vê-la assim

a minha alma triste, chora!


Como se chegou até aqui!...

ainda consigo aceitar,

pois a guerra é sempre fria

e todos querem ganhar.


Mas ver a cidade de Luanda,

transformada em grande musseque

é dor que jamais abranda

é coração que entristece.


A poluição é demais,

o trânsito, insuportável,..

Sem luz, sem água, tanto faz!..

O lixo?!... é inacreditável!


É paradoxo brutal,

ninguém consegue entender

que um País de riqueza tal,

viva na pobreza e a sofrer.


Incrível é ainda assistir,

ao entusiasmo e alegria

com que o povo vive a sua Fé

participando numa Eucaristia.


Vestem a roupa melhor,

fazem belos penteados

pois pra louvar o Senhor,

há que estar bem preparados!


Os coros são de tal beleza,

com palmas a acompanhar,

que creio não haver ninguém

que fique sem se arrepiar.


Esperança é coisa vã

para este povo sofrido,

mas pode ser que amanhã,

o Senhor os tenha ouvido...


E desta Angola desfeita

onde o caos está a imperar

surja uma nova terra,

agradável de habitar!



Ana Bela Bastos da Cruz Pereira

Angola, 14 de Fevereiro de 2007

1 comentário:

Ana Margarida Nunes disse...

Ola! Que bom ter noticias da Ana Bela. O seu poema ate me causou arrepios. :) Gostava qe poder ententer melhor esse povo. Talvez um dia a possa visitar.

Beijinhos,

Ana (Amiga da Vera)